
Ontem, durante uma conversa especial, me lembrei da xícara de Hiroshima.
Numa visita a um museu da 2ª Guerra Mundial, havia entre os muitos artefatos uma xícara. Vinha da cidade de Hiroshima. Era branca com detalhes azuis bem pintados e curvos. Uma peça muito bem trabalhada. Muitos chás tinham passado por aquela xícara antes da bomba.
Então a bomba atômica caiu. E a cidade desapareceu. E o que sobrou dela foi colocado nesse museu. Através dos efeitos surreais da irradiação da bomba atômica, a xícara sofreu uma mutação absurda e fantástica. Uma metade dela continuava intacta, branca e com detalhes azuis bem pintados. A outra metade se mostrava uma escultura numa forma de tumor cerâmico, destorcido, aumentado, lindo. A primeira metade mostrava seu passado, esculpido, delicado, bonito. A outra metade mostrava as conseqüências do presente, deformado, bruto, bonito.
Não adianta, faça o que quiser, diga o que disser, mas o mundo sempre dá um jeito de vomitar algo bonito. Não importam os motivos, as origens, as intenções... algo de belo sempre há de nascer, mesmo de uma bomba atômica. No meio fétido, sempre é possível cheirarmos um perfume, se aguçarmos nosso nariz.
A beleza não respeita as leis dos homens, sejam elas morais, religiosas ou jurídicas.
A beleza é eterna, o homem é passageiro.
Numa visita a um museu da 2ª Guerra Mundial, havia entre os muitos artefatos uma xícara. Vinha da cidade de Hiroshima. Era branca com detalhes azuis bem pintados e curvos. Uma peça muito bem trabalhada. Muitos chás tinham passado por aquela xícara antes da bomba.
Então a bomba atômica caiu. E a cidade desapareceu. E o que sobrou dela foi colocado nesse museu. Através dos efeitos surreais da irradiação da bomba atômica, a xícara sofreu uma mutação absurda e fantástica. Uma metade dela continuava intacta, branca e com detalhes azuis bem pintados. A outra metade se mostrava uma escultura numa forma de tumor cerâmico, destorcido, aumentado, lindo. A primeira metade mostrava seu passado, esculpido, delicado, bonito. A outra metade mostrava as conseqüências do presente, deformado, bruto, bonito.
Não adianta, faça o que quiser, diga o que disser, mas o mundo sempre dá um jeito de vomitar algo bonito. Não importam os motivos, as origens, as intenções... algo de belo sempre há de nascer, mesmo de uma bomba atômica. No meio fétido, sempre é possível cheirarmos um perfume, se aguçarmos nosso nariz.
A beleza não respeita as leis dos homens, sejam elas morais, religiosas ou jurídicas.
A beleza é eterna, o homem é passageiro.
5 commentaires:
Eu, certa vez enquanto zapeava pelos canais da TV, parei no Discovery Channel.
Passava um documentario sobre Hiroshima, mas focando nas coisas incriveis que aconteceram como resultado da Bomba.
Havia uma rua que era ladeada por uma parede. Hoje ve-se apenas a silhueta da pessoa que evaporou na rua no momento da explosão.
Era uma mulher empurrando um carrinho de bebe. Ve-se perfeitamente os seios da mulher, seus dois braços esticados sobre a haste do carrinho, seus nariz arrebitado e seus cabelos...
Pelo meio do horror da destruição, um quadro do mundo: tudo e (quase) nada, vida e morte, belo e horrível, delicado e agressivo, doce e áspero. No final, apesar de tudo, um belo quadro, tão simples, e que nunca deve deixar a nossa memória.
E.
Gay...Como sempre
Fico feliz ao ver o otimismo tomar conta dos seus textos!
Você escreve muito bem.
Adoro seus poemas!
Pena que existem pessoas, invejosas, insensíves e preconceituosas como o anonyme acima...
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