
Que bem te fiz,
Ó vinho terno
Para que me aqueça o coração,
O cobertor que me abraça
Na noite fria de inverno?
Ó homem ingênuo,
És minha ferramenta,
Não me existe maior prazer
Que mergulhar-me profundamente
Em tua ampla goela sedenta,
Bebida amiga,
Dê-me seu conselho
Como posso eu retribuir
A sublimação deste mundo incolor,
A passagem para o belo céu vermelho?
Não te enganes,
Homem simplório,
Não há favor no que faço
Se for teu o prazer de ter-me no peito
Embriagar o mundo é meu espólio
Pois abuse do meu corpo,
Vinho refulgente,
Expulse-me de vez do mundo pálido,
Guie-me para o caminho sem volta,
Para o infinito universo dormente
Assim pudera, logo faria
Ó homem mundano,
Mas irônica é a vida
O prazer só há, se houver também
O sofrimento quotidiano
Não há então, meu bom vinho
Razão pra me ansiar,
Se para preencher-me de êxtase
Necessitas de amargura
Motivo não há de faltar
Pobre homem,
Abra sua garganta,
Neste momento me atiro
Torno-me agora a ébria alma
Do teu frágil corpo que decanta
Venha vinho amante,
Desejo provar dos seus sabores
Arrebente-me o corpo
Violente-me a consciência
Possua-me sem pudores
by me
4 commentaires:
Deve-se esse ato de "rebeldia" ao vinho, mãe! ksalj
Clap, Clap, Clap.
Eu geralmente não comento, mas devo dizer que nesse aí você se superou!!! :)
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