
Estava eu há alguns dias me debatendo para escrever sobre o tema “normalidade”. E juntamente o meu ódio e desprezo pela mesma. Eu tentava achar a origem desta raiva do que é comum, ordinário, ponderado, contido. Eu não achei. Sei que tenho. Talvez esteja me adaptando à minha recente aceitação do meu quadro definitivamente anormal. Cá entre nós, eu estou até gostando deste diagnóstico. Um doido é muito mais livre que um são.
Eu tendo quase sempre a me simpatizar com pessoas estranhas, esquisitas, anormais, bizarras e afins. Geralmente são mais divertidas.
Daí eu achei um texto do Oscar Wilde que diz exatamente o que eu queria dizer. A gente sabe que o cara é o cara quando ele consegue traduzir tão bem a mente pro papel.
Enfim, eu me calo e passo a palavra pro Oscar:
Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Eu tendo quase sempre a me simpatizar com pessoas estranhas, esquisitas, anormais, bizarras e afins. Geralmente são mais divertidas.
Daí eu achei um texto do Oscar Wilde que diz exatamente o que eu queria dizer. A gente sabe que o cara é o cara quando ele consegue traduzir tão bem a mente pro papel.
Enfim, eu me calo e passo a palavra pro Oscar:
Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho os meus amigos não pela pele nem outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito ou os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco!
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e a outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto.
E velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
Nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão estéril.
Oscar Wilde
6 commentaires:
ja meus amigos sao meio assim: um pouco das cinzas do carnaval do ano passado
As únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas que são loucas por serem salvas; as que desejam tudo ao mesmo tempo; as que nunca bocejam ou dizem algo desinteressante.
O normal é, por mais que se debata, chato.
Diante da afirmação "tendo quase sempre a me simpatizar com pessoas estranhas, esquisitas, anormais, bizarras e afins", fiquei pensando em qual das classificações você me enquadrou.
Haveria hierarquia entre elas?
...
"Se assim como vejo os corpos por fora, visse as almas por dentro:
Ah, que penitenciária os desejos!
Que manicômio o sentido da vida!"
Mais uma de Fernando Pessoa.
Não resisti a esse outro:
...
"Queriam-me casado,fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim.
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?"
...
Enregistrer un commentaire