
Nas minhas tentativas diversas de praticar uma atividade física (eu ainda não descobri o porquê disso) me encorajei ontem a fazer uma aula experimental de um esporte conhecido pela sua rapidez na perda de peso, no condicionamento físico e na melhora cardiorrespiratória: o infame spinning;
Tive primeiramente que quebrar várias barreiras psicológicas pra me encorajar a sentar na bicicletinha. Primeiro que me parece um esporte um tanto quanto afeminado. Costuma tocar “músicas” horríveis e me parecia meio estressante. Mas como diria a máxima capitalista: “de graça até ônibus errado”, me lancei de corpo e alma pra uma aulinha experimental.
Eu acredito ser uma pessoa problemática, durante toda aquela seção não conseguia não me sentir completamente ridículo pedalando aquela geringonça sem sair do lugar. Esse foi o menor dos problemas. Para aqueles que não conhecem nem praticaram o maldito esporte, aqui vai uma breve descrição:
Você é trancado numa sala escura, lotada de pessoas suadas a 20cm uma das outras. Em seguida apagam-se as luzes. Antes mesmo que algo embaraçoso aconteça, afinal há muitas pessoas suadas a 20cm de distância, uma música em volume ensurdecedor começa a tocar. O barulho que sai da caixa de som é um troço elaborado especialmente para este tipo de esporte. Fazem uma vasta pesquisa de todas as piores músicas contemporâneas mundiais, acrescentam às mesmas algumas batidas sincronizadas para dar ritmo à pedalada. Entenda, você ter que escutar esse ruído por 40 minutos!
Como se não bastasse, te descarregam feixes de luzes aleatórios e coloridos diretamente nos seus olhos, o que te fazem sentir ainda mais alucinado e paranóico. Durante todo esse processo há o instrutor, que além de policiar seu desempenho e não te deixar em paz, solta frases primordiais aos berros de tempos em tempos, e.g. “tem alguém aíííííííí???” , “olha o carnaval aí genteeeee, vamos ficar saradoooos!!!” , “cadê essa energiaaaa????”.
Acredito humildemente na arte do relaxamento pós um dia estressante. Nada melhor que sentar numa praça silenciosa e escutar o vento, beber uma água de coco e talvez conversar com um amigo. Mas eu sou anormal.
Aparentemente, as megalópoles não só deixam as pessoas paranóicas e estressadas, mas fazem com que as pessoas fiquem viciadas neste estado.
O cidadão comum passa o dia inteiro no trânsito, no telefone, resolvendo mil e um problemas, tomando bordoadas do chefe, chicotadas dos clientes... enfim, a pessoa se estressa no trabalho o dia inteiro, e para relaxar ao fim do dia escolhe ir à câmara dos paranóicos alucinados, também conhecido como aula de spinning. Vai pedalar loucamente em direção à lugar nenhum dentro uma câmara quente e fedorenta, enquanto é bombardeado cruelmente por músicas torturantes e luzes coloridas descontroladas e ainda é obrigado a escutar o instrutor parolar sobre suas nobres e profundas filosofias de vida, como “vamos deixar esse bumbum em pé galeraaaa!!”.
Finalmente, se você é um praticante da câmara dos paranóicos alucinados, tente sentar no parque e tomar uma água de coco. Há vida fora do estresse.
4 commentaires:
De shortinho de academia suando p ficar com o bumbum empinado bitcho? PQP eu perdi isso foi? Ia rir o resto dos meus dias!!
=D
Meu deus do céu, meu caro. Eu ficaria com danos psicologicos irreversiveis depois de tal pancadaria à propria condição de ser humano.
Por favor, nunca mais tente isto. Sua sanidade não resistiria ;)
Spinning é péssimo! Eu já vi gente desistindo no meio, saindo da salinha de tortura e ouvindo da professora: "Vai engordar, hein?". Não é inacreditável?
É Mari, é realmente inacreditável. Mais uma prova de que a aula de spinning não é um lugar pra seres humanos.
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