
em português...
Minha aposentadoria.
Às vezes eu tenho vontade fazer uma pesquisa com pessoas mais velhas, pra saber qual a porcentagem de sonhos elas completaram na vida.
10%, 50%, 0%... pode ser descontentamento generalizado, mas eu tenho a impressão quase certa de que esta porcentagem funciona mais ou menos como a distribuição de renda no Brasil: uma pequena minoria possui 50% dos sonhos realizados enquanto 90% da população não realiza nem 1% . Será que dá pra fazer uma tabela no estilo excel com uma coluna “desejado” e a outra “realizado”, onde marca-se um OK ou X ? Talvez seja complicado, afinal os sonhos e ambições vão se formando ao longo do caminho, não nascemos já com sonhos prontos. Um bêbe não sabe que em 40 anos ele vai sonhar com seu filho na faculdade de medicina. Uma menina tímida não sabe que daqui há 15 anos desejará ser a vencedora do BBB 48 (sim, os sonhos idiotas também são legítimos).
Entretanto eu acredito que há sonhos mutantes e dinâmicos, mas também há sonhos que vêm pra ficar, que não conseguiremos nos livrar deles jamais. Pelo menos comigo é assim. Dentro deste reino de sonhos (sonhus eternums do latim sonhus: sonhos ; eternums: eternos) há o filo dos sonhus minimuns (do latim sonhus: sonhos ; minimuns: mínimos, pequenos) e o dos sonhus elephantuns (do latim sonhus: sonhos ; elephantus: elefante, animal de grande porte, gigante, titânico, colossal). No filo sonhus minimuns encontra-se desejos como: ter um ralador de queijo automático, aprender a diferenciar a esquerda da direita sem hesitar, ter visão de raio X e outras pequenas coisas que podemos adquirir no dia a dia sem muita dificuldade. Agora, o filo do sonhus elephantuns é uma outra canção. Lá é onde estão as grandes classes dos sonhos quase impossíveis (leia-se então possível). Dentre as espécies que tenho criadas na minha cabeça, há uma que é de estimação.
Um belo dia (belo mesmo, eu não desperdiço palavras), à contemplar Paris, sentado nas escadarias da Sacré Coeur em Montmartre, não percebia, mas fecundava um bichinho do filo sonhus elephantuns dentro de mim. E é um desses sonhos que eu vou escrever em uma árvore (ou blog) pra não esquecer, que vou fazer planilha no Excel pra saber se no meu leito de morte estará marcado com um OK ou um X. Meu sonhus elephantuns é me aposentar e me mudar pra um apto em Montmartre. Um lugar necessariamente pequeno, onde a sacada dá pra rua, o sol bate até a metade da sala que é misturada ao quarto único. De manhã eu vou à boulangerie do monsieur Vieux com minha sacola de papel bege, onde vou colocar uma baguette fresca, uma maçã, 4 fatias de jambon e um croissant. Vou dizer “salut” ao Mohamed, mendigo do bairro. Durante o dia vou escutar Muddy Waters e outras músicas, escrever, ler, pintar, dormir, cozinhar, comtemplar a cidade da mesma escadaria. À noite eu vou ao pub Émile encontrar novos e velhos amigos, tomar uma dose de cognac Martell e fumar um habano. E nessa rotina pacata eu vou viver. Sabe-se lá como será a vida naquele país até lá, ou em quais roubadas eu vou ter me metido ao longo da minha vida (nem sempre ruins). A probabilidade de que meu sonhus elephantuns saia do casulo é pequena. Mas não importa, a possibilidade existe, e enquanto ela existir eu vou alimentar este e outros sonhos impossíveis.
Há uma coisa estranha nos sonhos. Eles realmente acontecem porém eles realmente acabam. Por isso quero viver meus últimos dias no sonho, sem lhe dar tempo ou chance de acabar .
en français...
Ma retraite
Par fois j’ai envie de faire une recherche avec les gens plus âgés pour savoir le pourcentage de rêves qu’ils ont réalisés dans leurs vies.
10%, 50%, 0%.... ça peut être un mécontentement généralisé, mais j’ai l’impression que ça marche plus au moins comme la distribution de revenue au Brésil : une petite minorité réalise 50% pendant que la grosse majorité ne réalise que 1%. Est-ce qu’on pourrait faire un tableau excel avec des colonnes écries « désiré » et d’autres écries « réalisé », où on marque soit OK soit X. Ca peut-être compliqué, car on n’est pas né avec nos rêves prêts, ils apparaissent au cours de nos vies. Un bébé ne sait pas que dans 40 ans il rêvera de son fils dans la faculté de médicine. Ni une fillette n’imagine pas que dans 15 ans son rêve sera de gagner le BBB 48 (oui, les rêves stupides sont légitimes aussi).
De toute façon je crois qu’il y a des rêves dynamiques et mutants, mais il existe aussi des rêves qui viennent pour rester pour toujours. Au moins avec moi ça arrive. Dans ce royaume de rêves (sonhus eternums du latin sonhus: rêves ; eternums: éternel) il ya le genre sonhus minimuns (minimuns: minimes, petits) et ce du sonhus elephantuns (elephantus: éléphant, gros animal, titanique, colossal). Dans le genre de sonhus minimuns on trouve des rêves comme : avoir un râpe de fromage automatique, savoir différencier la droite de la gauche sans hésiter, avoir de la vision de rayon X et d’autres choses qu’on peut avoir dans le jour-à-jour avec certaine facilité. Le genre du sonhus elephantuns c’est une différente chanson. C’est là où on trouve les rêves presque impossibles (lisez donc possible). Dans les espèces crées dans ma tête, il ya une qui est la plus estimée.
Dans un beau jour (vraiment beau, je ne gaspille pas des mots) à contempler Paris, assis sur les escaliers de la Sacré Cœur à Montmartre, je ne apercevais pas, mais je fécondais une petite bestiole dedans moi. C’est un de ces rêves que je vais écrire sur un troc d’arbre (ou blog) pour ne jamais l’oublier, que je vais faire un tableau Excel pour savoir à la fin de mes jours si je l’ai marqué OK ou X. Mon sonhus elephantuns est d’habiter à Montmartre une fois que je serai retraité. Dans un appartement nécessairement petit, où le balcon fait face à la rue et où les rayons du soleil entrent jusqu’à la moitié de la salle qui est mélangée avec la chambre unique. Au matin, je vais à la boulangerie du monsieur Vieux avec mon sac de papier beige pour acheter une baguette, une pomme, 4 morceaux de jambons et un croissant. Je dirai « salut » à Mohamed, le SDF de l’arrondissement. Pendant la journée je vais écouter Muddy Waters et d’autres musiques, écrire, lire, peindre, dormir, cuisiner, contempler la ville dés mêmes escaliers d’avant. À la soirée j’irai au pub Émile pour rencontrer les nouveaux et vieux amis, pour boire une fine de cognac Martell et pour fumer une habano. Et dans cette routine paisible je vivrai. Qui sait comment sera la vie dans ce pays jusqu’à la, ou dans quelles quiproquos je serai entré pendant ma vie (pas toujours mal). La probabilité que mon sonhus elephantuns sorte de son cocon est petite. Mais ça n’importe pas, pendant que mes rêves sont possibles, je vais les alimenter.
I y a une chose bizarre avec les rêves. Ils vraiment se réalisent néanmoins ils vraiment finissent. À cause de ça je veux vivre mes derniers jours dans un rêve, sans lui donner du temps ou de la chance de finir.
10%, 50%, 0%... pode ser descontentamento generalizado, mas eu tenho a impressão quase certa de que esta porcentagem funciona mais ou menos como a distribuição de renda no Brasil: uma pequena minoria possui 50% dos sonhos realizados enquanto 90% da população não realiza nem 1% . Será que dá pra fazer uma tabela no estilo excel com uma coluna “desejado” e a outra “realizado”, onde marca-se um OK ou X ? Talvez seja complicado, afinal os sonhos e ambições vão se formando ao longo do caminho, não nascemos já com sonhos prontos. Um bêbe não sabe que em 40 anos ele vai sonhar com seu filho na faculdade de medicina. Uma menina tímida não sabe que daqui há 15 anos desejará ser a vencedora do BBB 48 (sim, os sonhos idiotas também são legítimos).
Entretanto eu acredito que há sonhos mutantes e dinâmicos, mas também há sonhos que vêm pra ficar, que não conseguiremos nos livrar deles jamais. Pelo menos comigo é assim. Dentro deste reino de sonhos (sonhus eternums do latim sonhus: sonhos ; eternums: eternos) há o filo dos sonhus minimuns (do latim sonhus: sonhos ; minimuns: mínimos, pequenos) e o dos sonhus elephantuns (do latim sonhus: sonhos ; elephantus: elefante, animal de grande porte, gigante, titânico, colossal). No filo sonhus minimuns encontra-se desejos como: ter um ralador de queijo automático, aprender a diferenciar a esquerda da direita sem hesitar, ter visão de raio X e outras pequenas coisas que podemos adquirir no dia a dia sem muita dificuldade. Agora, o filo do sonhus elephantuns é uma outra canção. Lá é onde estão as grandes classes dos sonhos quase impossíveis (leia-se então possível). Dentre as espécies que tenho criadas na minha cabeça, há uma que é de estimação.
Um belo dia (belo mesmo, eu não desperdiço palavras), à contemplar Paris, sentado nas escadarias da Sacré Coeur em Montmartre, não percebia, mas fecundava um bichinho do filo sonhus elephantuns dentro de mim. E é um desses sonhos que eu vou escrever em uma árvore (ou blog) pra não esquecer, que vou fazer planilha no Excel pra saber se no meu leito de morte estará marcado com um OK ou um X. Meu sonhus elephantuns é me aposentar e me mudar pra um apto em Montmartre. Um lugar necessariamente pequeno, onde a sacada dá pra rua, o sol bate até a metade da sala que é misturada ao quarto único. De manhã eu vou à boulangerie do monsieur Vieux com minha sacola de papel bege, onde vou colocar uma baguette fresca, uma maçã, 4 fatias de jambon e um croissant. Vou dizer “salut” ao Mohamed, mendigo do bairro. Durante o dia vou escutar Muddy Waters e outras músicas, escrever, ler, pintar, dormir, cozinhar, comtemplar a cidade da mesma escadaria. À noite eu vou ao pub Émile encontrar novos e velhos amigos, tomar uma dose de cognac Martell e fumar um habano. E nessa rotina pacata eu vou viver. Sabe-se lá como será a vida naquele país até lá, ou em quais roubadas eu vou ter me metido ao longo da minha vida (nem sempre ruins). A probabilidade de que meu sonhus elephantuns saia do casulo é pequena. Mas não importa, a possibilidade existe, e enquanto ela existir eu vou alimentar este e outros sonhos impossíveis.
Há uma coisa estranha nos sonhos. Eles realmente acontecem porém eles realmente acabam. Por isso quero viver meus últimos dias no sonho, sem lhe dar tempo ou chance de acabar .
en français...
Ma retraite
Par fois j’ai envie de faire une recherche avec les gens plus âgés pour savoir le pourcentage de rêves qu’ils ont réalisés dans leurs vies.
10%, 50%, 0%.... ça peut être un mécontentement généralisé, mais j’ai l’impression que ça marche plus au moins comme la distribution de revenue au Brésil : une petite minorité réalise 50% pendant que la grosse majorité ne réalise que 1%. Est-ce qu’on pourrait faire un tableau excel avec des colonnes écries « désiré » et d’autres écries « réalisé », où on marque soit OK soit X. Ca peut-être compliqué, car on n’est pas né avec nos rêves prêts, ils apparaissent au cours de nos vies. Un bébé ne sait pas que dans 40 ans il rêvera de son fils dans la faculté de médicine. Ni une fillette n’imagine pas que dans 15 ans son rêve sera de gagner le BBB 48 (oui, les rêves stupides sont légitimes aussi).
De toute façon je crois qu’il y a des rêves dynamiques et mutants, mais il existe aussi des rêves qui viennent pour rester pour toujours. Au moins avec moi ça arrive. Dans ce royaume de rêves (sonhus eternums du latin sonhus: rêves ; eternums: éternel) il ya le genre sonhus minimuns (minimuns: minimes, petits) et ce du sonhus elephantuns (elephantus: éléphant, gros animal, titanique, colossal). Dans le genre de sonhus minimuns on trouve des rêves comme : avoir un râpe de fromage automatique, savoir différencier la droite de la gauche sans hésiter, avoir de la vision de rayon X et d’autres choses qu’on peut avoir dans le jour-à-jour avec certaine facilité. Le genre du sonhus elephantuns c’est une différente chanson. C’est là où on trouve les rêves presque impossibles (lisez donc possible). Dans les espèces crées dans ma tête, il ya une qui est la plus estimée.
Dans un beau jour (vraiment beau, je ne gaspille pas des mots) à contempler Paris, assis sur les escaliers de la Sacré Cœur à Montmartre, je ne apercevais pas, mais je fécondais une petite bestiole dedans moi. C’est un de ces rêves que je vais écrire sur un troc d’arbre (ou blog) pour ne jamais l’oublier, que je vais faire un tableau Excel pour savoir à la fin de mes jours si je l’ai marqué OK ou X. Mon sonhus elephantuns est d’habiter à Montmartre une fois que je serai retraité. Dans un appartement nécessairement petit, où le balcon fait face à la rue et où les rayons du soleil entrent jusqu’à la moitié de la salle qui est mélangée avec la chambre unique. Au matin, je vais à la boulangerie du monsieur Vieux avec mon sac de papier beige pour acheter une baguette, une pomme, 4 morceaux de jambons et un croissant. Je dirai « salut » à Mohamed, le SDF de l’arrondissement. Pendant la journée je vais écouter Muddy Waters et d’autres musiques, écrire, lire, peindre, dormir, cuisiner, contempler la ville dés mêmes escaliers d’avant. À la soirée j’irai au pub Émile pour rencontrer les nouveaux et vieux amis, pour boire une fine de cognac Martell et pour fumer une habano. Et dans cette routine paisible je vivrai. Qui sait comment sera la vie dans ce pays jusqu’à la, ou dans quelles quiproquos je serai entré pendant ma vie (pas toujours mal). La probabilité que mon sonhus elephantuns sorte de son cocon est petite. Mais ça n’importe pas, pendant que mes rêves sont possibles, je vais les alimenter.
I y a une chose bizarre avec les rêves. Ils vraiment se réalisent néanmoins ils vraiment finissent. À cause de ça je veux vivre mes derniers jours dans un rêve, sans lui donner du temps ou de la chance de finir.
8 commentaires:
A pessoa pode ter mais de um "sonho elafante" desse ai?
um dia escrevo os meus numa "arvore"
:D
Quer companhia?
;-)
Eu posso ser tua vizinha em Montmartre Fabitcho e dizer salut ao Mohamed do bairro? :D
acho q eu realizei um "sonho elefante" ja... mas ele acabou dia 7 de julho de 2007 :/
Moliveir, os humanos esperam sua arvore.
Anonyme, aceito a companhia.
Dani, pode ser minha vizinha, mas vai ter que projetar meu cassino ilegal no subsolo... :D
Meu sonho elephante tb acabou, em agosto de 2007, mas a manada é grande, e ha de surgir novos elephantuns.
Acho que sonhos geram sonhos, pelo menos foi isso que meu primogenito Elephantuns I (nascido em 2007) me ensinou. Ele foi so o primeiro de muitos que virao!
Beijos
Tenho uma manada de sonhus elefantus que quero realizar...
Vc escreve divinamente...
Bjo....
Cara, eu ainda estou em meu sonho elephantuns, e ele esta dando origem a outro que é ainda maior e mais pesado.
Algo que eu aprendi aqui no outro lado do atlantico e que suas palavras sabiamente clareiam um pouco mais meus pensamentos é que muitas vezes determinamos a felicidade como o sucesso profissional. Eu vim pra ca com essa mentalidade e inicialmente perdi muito, mas felizmente te conheci e vc mostra a todos que a felicidade é ser feliz. Aproveitar os momentos simples da vida e nao se ater a imbecilidades que simplesmente vao reduzir esses momentos.
Nao sei se consegui exprimir algo, mas de todas as formas valeu cara, e vc manda bem nas palavras ein?
Ps: Eu sei que em alguns momentos soou bem gay, hehehe, foi mal!
Olá, Fábio!
Acabei de regressar de Paris, depois de uma semana de férias nessa cidade com que sonhava, sonho desde a adolescência. E Montmartre estava, está, mais do que nunca no coração dos meus sonhos. Deixei-a esta 6.ª feira, 11.07, e a saudade das cores, da luz e da sombra, da música no ar, da alma de tantos, do passado e do presente, que senti no ar, Antes de conhecer ao vivo, achava que ia apaixonar-me por Montmartre. Agora, a paixão cresceu, consolidou-se e já é Amor.
Gostei de ler o teu texto, de me rever em tanto do que escreveste, de sentir em ti uma pedacinho de alam-gémea.
Obrigada, meu amigo.
E.
Enregistrer un commentaire