lundi 4 août 2008

Invejamor





A chama observada
Na bela pira da labareda
Desperta na lenha molhada
A inveja mais azeda

O mapa dessa vereda
Registro só numa folha borrada
Norteará uma poesia abandonada
Numa outra traiçoeira alameda

Este belo tecido nobre
Tramado com delicada seda
Que hoje me encobre

Expõe escancarada
A nudez do amigo pobre
Na sua alma desencantada


par moi

vendredi 1 août 2008

Vôo sem Volta





Certa vez me prometi abraçar o mundo
Como um ingênuo tolo, pura criança
O jovem confia cegamente em sua pujança
Ignorante da cólera do destino iracundo

No oceano azul me atiro e me afundo
Infinitos mistérios preenchem-me de esperança
Quem desconhece seu lado mais profundo
Aprende que em alto mar não há temperança

Arregalo os olhos com pavor
À imensidão e seu poder assustador
Ofusca minha razão, me encandeia...

Já não há volta ao velho lar,
O precipício à beira da trilha me trapaceia
No próximo passo, hei de cair ou de voar...
par moi