
A queda.
Pés descalços no chão morno. Os carros passam numa velocidade maior que a minha. Eles não fazem barulho. Eu não possuo nesse momento nenhuma necessidade fisiológica. A Terra gira devagar, há uma paz perturbadora. Uma paz inocente, que só eu consigo enxergar , que não existe. Não há mais conseqüências, nem responsabilidades. Só o momento. Só os pés descalços no chão . Chão morno, de concreto gasto, pintado de vermelho, aquecido pelos raios de sol que entram pelo basculante da cozinha num domingo às 15:00h.
Assim, um dia vou levitar. E o relógio nunca chegará às 15:01h.
Pés descalços no chão morno. Os carros passam numa velocidade maior que a minha. Eles não fazem barulho. Eu não possuo nesse momento nenhuma necessidade fisiológica. A Terra gira devagar, há uma paz perturbadora. Uma paz inocente, que só eu consigo enxergar , que não existe. Não há mais conseqüências, nem responsabilidades. Só o momento. Só os pés descalços no chão . Chão morno, de concreto gasto, pintado de vermelho, aquecido pelos raios de sol que entram pelo basculante da cozinha num domingo às 15:00h.
Assim, um dia vou levitar. E o relógio nunca chegará às 15:01h.
en français...
La chute.
Les pieds nus sur le sol. Les voitures passent avec une vélocité plus grande que la mienne. Elles ne font aucun bruit. Je n’ai pas à ce moment aucune nécessitée physiologique. La Terre tourne lentement, il y a une paix perturbante. Une paix naïve, que seulement je peux voir, qui n’existe pas. Il n’y a plus de conséquences, ni de responsabilités. Que le moment. Que les pieds nus sur le sol. Sol chaud à concrète détérioré, peint rouge, chauffé par les rayons du soleil qui entrent par la fenêtre de la cuisine dans un dimanche à 15 :00h.
Comme ça, un jour je vais léviter. Et l’horloge ne va jamais arriver à 15 :01h.